Programa Rumos Divulga Selecionados

ARTES VISUAIS – Artista sul-mato-grossense é selecionado entre 1.342 inscritos para participar de exposições itinerante por várias capitais brasileiras em 2006

Jornal Correio do Estado, 25 de agosto de 2005

A lista dos selecionados do Programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2005/2006 está disponível, a partir de hoje, no site www.itaucultural.org.br e traz Evandro Prado como único nome sul-matogrossense. Ao todo são 78 artistas de várias localidades do Brasil, que passaram por uma seleção criteriosa da curadoria do programa, coordenado pela historiadora Aracy Amaral.

Para esta edição estiveram inscritas 1.342 pessoas – 7 eram de Mato Grosso do Sul. Os selecionados participarão de exposições em São Paulo e Rio de Janeiro no primeiro semestre de 2006 e posteriormente em mostras itinerantes que passarão por Belém, Fortaleza, Brasília e Florianópolis.

Evandro, que tem 19 anos, é acadêmico do curso de Artes Visuais da UFMS e inscreveu no programa a instalação "Em casa de capitalista, coca-cola é santa". A obra faz parte da série mais recente do artista intitulada Habemus Cocam, onde também há telas e objetos. "Penso que é importante o artista retratar seu tempo, de modo que uma obra possa ser reconhecida tanto pelo seu estilo, como pela sua época", descreve o selecionado.

Com mais de 100 produções no currículo, o jovem artista começou a dedicar-se às artes plásticas aos 15 anos, com telas figurativas. Em 2001, apresentou sua primeira exposição, "Retratos de Campo Grande", seguida de "Meu Brasil" (2004) e "Iconografia brasileira" (2005). "Nós temos é que questionar o nosso próprio tempo e o capitalismo está presente nas obras que venho produzindo", destaca.


Mapeamento

Além dos 78 selecionados, foram mapeados 119 trabalhos de várias regiões do País. "O programa também inclui um levantamento sobre a arte contemporânea que é produzida no Brasil, o que resultará na publicação de catálogo analítico e documentário", descreve Aracy.

O Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2005/2006 também inclui a criação de banco de dados no site da instituição; concessão de bolsas-ateliê no Brasil, Estados Unidos, Europa e América Latina para 4 artistas; realização de cursos de História da Arte e doação de bibliografias básicas. "Os contemplados pelas bolsas serão anunciados no próximo ano e em relação à doação de bibliografias, ainda estamos analisando as cidades que serão beneficiadas, mas temos como prioridade aquelas localidades carentes de informação", continua a coordenadora do programa.

A seleção apresenta uma diversidade grande de linguagens, das novas tecnologias à pintura e escultura, refletindo a existência de trabalhos mais convencionais que discutem, por exemplo, a questão da forma. Segundo a curadora, a mostra demonstra a pluralidade de estilos dos jovens artistas. "Entre os trabalhos que eu vi, entendo que há um contato muito maior com a informação internacionalista, mas à medida que avançamos para o interior do País, observamos que a noção que temos de contemporâneo é muito relativa. O que é contemporâneo aqui pode não ser contemporâneo no Acre ou em Rondônia. Lá o contemporâneo ainda é o acadêmico", sintetiza. "Por outro lado, há cidades que estão em certa ebulição, desejando aproximar-se da informação internacional. A movimentação que começou a ocorrer em Minas Gerais há 10 anos hoje está chegando ao Nordeste, a cidades como Recife, Fortaleza e Belém, sendo que nesta cidade vemos uma presença muito forte da produção fotográfica ao lado de artistas em experimentações diversas".