Sessão fecha sem aprovação da Moção de Repúdio apresentada por Siufi

Câmara Municipal de Campo Grande, 17 de maio de 2006

Carlos Kuntzel, Assessoria de imprensa do vereador Paulo Siufi

Sob protestos do vereador Cabo Almi (PT), o Grande Expediente da Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Campo Grande de hoje (17), foi encerrada pelo Presidente da Casa, vereador Youssif Domingos, sem a aprovação da Moção de Repúdio à exposição dos “Habemus Cocam”, do artista plástico Evandro Prato. O documento será votado amanhã (18).

Durante a palavra livre, o vereador Paulo Siufi (PRTB) manifestou sua indignação quanto aos insultos à igreja Católica provocados pela profanação das imagens sagradas de Nosso Senhor Jesus Cristo, Nossa Senhora Aparecida, Papa João Paulo II e de outros signos representativos da Santa Igreja Católica, aliados a imagens do refrigerante Coca-cola.

O posicionamento de Siufi foi apoiado, em aparte, pelos vereadores Professor Rinaldo, Edil Albuquerque, Cabo Almi, Pastor Sérgio e Carlos Marun, que acrescentou também a sua luta pelo respeito aos feriados religiosos, como Sexta-feira Santa, Natal e Dia de Finados. “Tudo isso são símbolos importantes e precisam do respeito. Repudio os quadros de Evandro Prato, porém sou contra a censura”, destacou Marun.

Siufi considerou a posição dos colegas e salientou que, como representante da Igreja Católica na Câmara, também não tem intenção de censurar a obra. “Vamos utilizar os meios legais, entrando com uma ação na justiça para que os direitos da Igreja Católica sejam assegurados”, lembrou.

Apenas o vereador Athayde Nery se posicionou contra a Moção de Repúdio dizendo que em momento algum a obra ofende os símbolos católicos.

O padre Mário Panziero, que acompanhou a sessão, lembrou que o respeito aos símbolos não se restringe à igreja. Os ícones gráficos que representam a nação, como é o caso a bandeira nacional, também merecem o mesmo respeito. O padre explicou que a igreja católica não cultua imagens, mas sim o que as imagens representam. “Por detrás de cada símbolo desses, há uma palavra, uma leitura, geralmente baseada na história de vida daquela pessoa ali representada, portanto distorcer os significados é uma agressão”, explicou o Padre. “Nem tudo pode ser permitido em nome da arte. Como cidadão e como sacerdote apoio a manifestação de Siufi pela defesa da moralidade, do certo, do justo e do descente”, concluiu.

“A Igreja não é retrograda, está sim buscando respeito aos seus valores e a Câmara Municipal, casa do povo, é um bom lugar para que esse tipo de ‘humilhação’ ao catolicismo seja barrado”, concluiu Siufi, amassando uma folha com reproduções das imagens dos quadros de Evandro Prado.Vários padres e representantes de comunidades católicas estiveram presentes à Sessão para acompanhar os trabalhos.