Marco abre Temporada 2008 com três mostras dia 1° de abril

Midiamaxnews, 30 de março de 2008

O Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco) inaugura no dia 1º de abril, às 19h30, a Temporada 2008, com três mostras: “Índia - Quantos Olhos tem uma Alma”, fotografias de Marcelo Buainain, “Estandartes”, exposição de Evandro Prado e “Esculturas e objetos do acervo do Marco”. Na ocasião, será lançado o livro “Marco Cultural – Questões Contemporâneas em Debate”, com artigos sobre questões contempor âneas de cultura, resultado de um ciclo de palestras desenvolvido no museu em setembro de 2005, que envolveu pesquisadores de MS, RJ e SP para debater artes, cultura, educação, sociologia e filosofia.

Nas obras da série “Estandartes”, de Evandro Prado, imagens dos santos católicos são desconstruídas e reconstruídas com outros materiais e procedimentos. Sobre os suportes de tecidos diversos, objetos como terços, medalhas devocionais, munição para armas, pintura e oxidação, costura e bordado são empregados na reformulação dos ícones que convivem com armas brancas e de fogo, com objetos de aprisionamento e de tortura e com elementos decorativos que remetem aos oratórios e altares barrocos. “É das necessidades e insatisfações espirituais e materiais da cultura ocidental cristã que trata a obra de Evandro Prado. Nela questões advindas da religião, da política e do mercado cruzam-se na tessitura de um discurso plástico que reúne elementos extraídos da tradição a outros retirados do contexto atual”, escreveu sobre o artista Divino Sobral, artista plástico e curador independente.

Nascido em Campo Grande, Evandro Prado é Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, tendo já realizado uma série de exposições individuais e coletivas, com prêmios de Menção Honrosa no 5º Salão Livre de Artes Plásticas da Acubá (Cuiabá, MT, em 2005) e no Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2005/2006 (São Paulo, SP), entre outros.

“Com os trabalhos apresentados nesta exposição Evandro Prado desdobra sua pesquisa sobre os ícones do catolicismo, atualizando um gênero da tradição pictórica ocidental que estava esquecido e o contextualizando dentro do quadro de angústias e ansiedades da cultura contemporânea”, avalia Divino Sobral.

Já a exposição “Índia – Quantos Olhos tem uma Alma” registra e desvela o olhar de Marcelo Buainain sobre a Índia. Fotógrafo campo-grandense, produtor e diretor de documentários, Marcelo Buainain peregrinou os quatro continentes em busca de documentar as diversidades étnicas, culturais e religiosas de vários povos. Através de suas lentes, populares e celebridades de expressão nacional e internacional foram fotografadas para as principais publicações brasileiras e estrangeiras. Na Europa, onde viveu 10 anos, publicou três livros, realizou diversas exposições e produziu um vasto acervo de imagens, recebendo premiações que o consagraram como um dos mais talentosos fotógrafos brasileiros.

A mostra “Índia – Quantos olhos tem uma Alma” foi apresentada no ano passado no Museu Oscar Niemeyer de Curitiba e já recebeu prêmios tais como o Prêmio Máximo da "II Bienal Internacional de Fotografia Cidade de Curitiba" e a Medalha de Ouro - Foto Série, da "Society for News Design/20th Edition", nos EUA.

“Como sul-mato-grossense é com alegria que compartilho com o público deste Estado um olhar sobre uma das mais fascinantes regiões do planeta - a Índia. Ao longo de milênios, esse fabuloso país do oriente tem sido fonte inesgotável de inspiração mística e cultural, um imenso celeiro da espiritualidade por onde passaram santos e sábios, a exemplo de Teresa de Calcutá, Yogananda, Mahatman Gandhi, entre tantos outros iluminados que nos legaram riquezas e exemplos para a nossa evolução espiritual”, comentou Buainain sobre a mostra. No dia 2/4, às 19 horas, Buainain irá participar de um bate-papo e uma visita guiada pela mostra, no evento “Fotografia, Ideologia e Documento”, que vai ser realizado no auditório no Marco. Na ocasião, vai lançar em Campo Grande seu 2º livro, “Índia – Quantos Olhos tem uma Alma” (Lisboa 1998), e irá projetar fotografias do seu mais recente livro publicado na Europa, “Bahia – Saga e Misticismo” (Portugal, 2001). A entrada é franca.

Por fim, “Esculturas e objetos do acervo do Marco” oferecerá um percurso no acervo tridimensional do museu. “A obra tridimensional nos convida a uma experiência que nos faz pensar, sobretudo, na descontinuidade do espaço, na proporção e no intervalo entre as formas, na relação entre volumes e o contínuo jogo entre cheios e vazios. Essa forma de exame nos torna aptos a compreendê-la e sermos por ela tocados”, comentou Rafael Maldonado, um dos curadores da mostra e coordenador do Museu da Imagem e do Som.

A temporada está aberta à visitação até o dia 15 de junho. Mais informações no Museu de Arte Contemporânea, localizado na rua Antônio Maria Coelho, nº 6000, no Parque das Nações Indígenas. Telefone: 3326-7449.