Democracia e arte: exposição no Rio faz viagem pela história de Brasília
Organizada pelo curador Paulo Herkenhoff, mostra é uma homenagem a Vera Brant, considerada pioneira no planejamento de Brasília
CNN Brasil, 11 de abril de 2024
Organizada pelo curador Paulo Herkenhoff, mostra é uma homenagem a Vera Brant, considerada pioneira no planejamento de Brasília
CNN Brasil, 11 de abril de 2024
Da CNN
Afetos e amores são os guias da artista cearense Azuhli pela pintura. São eles os protagonistas da série Amar sem perceber, em cartaz na Galeria Karla Osório até agosto. Feitas com uma paleta de cores vivas e fortes, as 15 obras são fruto de uma pesquisa realizada pela artista no México. “Passei uma temporada no México em residência artística no ano passado e essa experiência foi muito impactante. Fachadas, casas, muros, ornamentos, tudo isso me encantava muito. Sempre usei cores mais fortes, mas nunca tinha chegado nesse nível de harmonia”, conta Azuhli.
Cada quadro é pintado como se fosse uma carta ou um poema de amor para o personagem retratado. “São pessoas com quem convivo, meus amores, afetos. "Reúno esses amores e tento dedicar aquele momento especial de se desprender um pouco e fazer um trabalho de arte. Minha pintura é quase uma poesia”, explica a artista, que tem 28 anos, fez faculdade em Buenos Aires e morou em outras cidades, mas sempre volta para Fortaleza. “O sol de Fortaleza me inspira muito, em outros lugares não consigo ver tão bem”, garante.
Também em cartaz na Galeria Karla Osório, Um sonho intenso, do sul-mato-grossense Evandro Prado, reúne 28 obras, a maior parte pinturas resultantes de uma investigação que parte da admiração por Oscar Niemeyer e Brasília. As colunas do Alvorada, as formas da Catedral, as curvas e retas dos prédios da Esplanada aparecem na obra como forma de comentários que pautam as reflexões do artista de 37 anos.
Prestes a completar 64 anos, Brasília será tema de uma exposição da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que mergulha na trajetória histórica da capital brasileira, desde sua criação até os movimentos em prol da democracia e da liberdade.
Sob curadoria de Paulo Herkenhoff, “Brasília, a arte da democracia” convida o público a explorar e refletir sobre valores democráticos e será inaugurada nesta sexta-feira (12), na sede da FGV de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
“A conceituação dessa mostra perfaz um arco histórico, desde a criação da cidade até os dias atuais. Se Brasília é uma epopeia notável no plano Internacional, sua história da cultura se desdobra, ao longo de seis décadas, em brasilienses e brasileiros de todos os recantos”, afirma Herkenhoff.
A exposição reúne 180 artistas de todas as regiões do país, explorando uma ampla variedade de técnicas e abordagens artísticas. São cerca de 180 obras, incluindo o croqui do plano piloto assinado por Lúcio Costa e o manuscrito de Oscar Niemeyer sobre o monumento JK.
A mostra também traz um “diploma de Candango” conferido pelo então presidente Juscelino Kubitschek aos operários que construíram a cidade.
Vera Brant, considerada pioneira no planejamento da capital federal, também é homenageada.
Um dos testemunhos mais contundentes de amor à Brasília, Vera nasceu em Diamantina (MG) e se mudou para a capital em 1960. Na cidade, atuou como servidora pública e empresária do ramo imobiliário, após perder seu cargo durante a ditadura militar em 1964.
A exposição fica em cartaz até 14 de julho.